domingo, 9 de novembro de 2008

Olinda, Primeira Capidal da Cultura Desmoralizada.

Acredito que nada adianta estas manifestaçôes barulhentas e festivas.
Logico que é algo a se fazer, a imobilidade é ainda a ultima alternativa.

Mas pensando na posiçâo da prefeitura, vou repetir o que comentei com uma amiga pelo mns.

Os donos dos bares permitem que alguns clientes abram a mala de seus carros com o som no ultimo volume, como também permitem que muitos, clientes (ou nâo clientes), usem drogas ilicitas nos arredores de seu comércio. Para evitar isso, bastava o proprietario do bar fazer uma denuncia anônima a policia militar, apòs a atuaçâo da policia no local intervido com o som alto e espantando os usuario de droga, e chama-la para uma conversa. E a partir dai se entender com os que fazem a segurança no bairro onde seu comércio atua.

Ao mesmo tempo que a prefeitura, inoperante e preguiçosa se abstém de qualquer poder de aplicaçâo da ordem, e se ausenta de fiscalizaçâo, tanto por agentes capacitados pela propria prefeitura com o alvarah necessario para impedir que os abusos de som e drogas sejam desordenados, como também nâo solicita a presença da policia, que nada mais tem como obrigaçâo proteger seus cidadôes.

Entâo, a problematica vai inflando e tomando proporçôes que, sem mais explicaçôes ou acordos, a prefeitura com sua postura sempre arbitraria, encerra as atividades culturais e comerciais noturnas, impedindo que a cultura seja manifestada.

Comerciantes, poder publico e a populaçâo em geral perde porque nâo ha açâo preventiva, nem da parte da prefeitura nem do comércio. E os consumidores, em especial estes que abusam da desordem e do desrespeito pelos local e pelos outros saem ilesos, quando deveriam sofrer multas, apreençôes, e porque nâo, uma noite na delegacia como método educativo para que se entenda que enquanto nâo houver boa comunicaçâo e respeito mutuo, nâo haverah progresso.

Este grupo que se reune para manifestaçôes nas ruas poderia formular um projeto de estruturaçâo do comércio noturno, das casas noturnas onde se promovem forros ou outros gêneros de musica.

Poderiam entrar em acordo com a prefeitura, pedindo que haja limpeza no local assim que o comércio for fechado, e por esta vez, o comerciante se responsabiliza para que determinada hora da madrugada, encerrem-se suas stividades para que a limpeza seja feita no local.

Enfim, eu nâo sou comerciante, fico na ala dos consumidores. Também nâo apoio a atitude enérgica da prefeitura de encerrar com as festividades.

No entando fico do lado do dialogo e da troca honesta de propostas. Enquanto propostas nâo forem formuladas, à prefeitura soh caberah a intervençâo absoluta. Onde chegaremos também se a desordem nâo tiver um limite?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lula e Obama - Nova ordem mundial.

Joâo me falou que estah rolando uma discursâo entre a comparaçâo de Lula e Obama, vim meter o bedellho dando minha opiniâo, heheh

A questâo nâo é comparar as pessoas Luis Inacio e Barack Obama, e sim comparar suas "representaçôes quanto homens politicos e presideciaveis", digamso asssim, entre aspas.

Porque Lula e Obama sâo incomparaveis, sâo pessoas com historias de vida diferentes, e a logica estah clara.

A comparaçâo estah na expectativa do Brasil quanto a eleiçâo de Lula, e a expectativa dos americanos quanto a eleiçâo de Obama.

Lula era pobre, retirante da seca e torneiro mecânico. Hoje é presidente.

Obama é filhos de imigrantes africanos, negro (para sua cultura elme é negro e isso nao se discute), e representa uma nova conjuntura porque é o primeiro da classe dos excluidos a ser eleito presidente.

O mesmo aconteceu a lula, o primeiro da classe dos excluidos a chegar a presidência

Abraços, Martinha

domingo, 26 de outubro de 2008

Nas capitais, metade dos vereadores "ficha-suja" é reeleita Da Redação

http://eleicoes.uol.com.br/2008/ultnot/2008/10/07/ult6008u371.jhtm



07/10/2008 - 16h22

Metade dos vereadores com ocorrência na Justiça ou punição em Tribunal de Contas, apelidados de "ficha-suja", conseguiu se reeleger no pleito do último domingo (5) nas capitais brasileiras. Eles são réus, sem condenação definitiva.

"Ficha suja" influenciou
na hora de votar?

* Conte

De acordo com levantamento da ONG Transparência Brasil, 75 vereadores que buscavam reeleição em 19 capitais têm ocorrência na Justiça comum, decisão desfavorável na Justiça Eleitoral ou sanção em Tribunal de Contas. Desse grupo, 37 (ou 49%) conseguiram retornar às Câmaras Municipais das quais já faziam parte.

* UOL

Câmaras Municipais eleitas em 2008

* Confira no infográfico



Em Belo Horizonte, Fortaleza, Palmas, Cuiabá e Boa Vista, todos os vereadores com ocorrência foram reconduzidos ao cargo. Já em outras cinco capitais -João Pessoa, Porto Alegre, Curitiba, Porto Velho e Recife- os vereadores com ocorrências não foram reeleitos.

Em seu levantamento sobre ocorrências na Justiça, o projeto Excelências, da Transparência, não inclui litígios de natureza privada (como disputas por pensão alimentícia), nem queixas relacionadas a crimes contra a honra. Isso porque políticos são freqüentemente alvo desse tipo de processo.

Cinco capitais têm eleitos na "lista suja" da AMB

* Candidatos foram eleitos ou disputarão o segundo turno; confira a lista completa

Ainda segundo a ONG, processos que ainda correm em primeira instância só são incluídos quando há recurso em segunda instância e somente são adicionados quando movidos pelo Ministério Público.

No caso de contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral, o fato só é registrado se o político não ingressou com uma ação de anulação da decisão, mesmo que tenha corrigido o problema (no caso de erros meramente formais, por exemplo).

Confira o quadro das capitais:

Belo Horizonte - 3 reeleitos -100%

Fortaleza - 1 reeleito - 100%

Palmas - 1 reeleito - 100%

Cuiabá - 1 reeleito - 100%

Boa Vista - 2 reeleitos -100%

São Paulo - 9 reeleitos de 12 candidatos - 75%

Belém - 5 reeleitos de 8 candidatos - 63%

Rio de Janeiro - 3 reeleitos de 5 candidatos - 60%

Manaus - 4 reeleitos de 8 candidatos - 50%

Teresina - 1 reeleito de 2 candidatos - 50%

Natal -1 reeleito de 2 candidatos - 50%

Goiânia - 4 reeleitos de 9 candidatos - 44%

Salvador - 2 reeleitos de 6 candidatos - 33%

João Pessoa - nenhum reeleito de 4 candidatos

Porto Alegre - nenhum reeleito de 4 candidatos

Curitiba - nenhum reeleito de 3 candidatos

Porto Velho - nenhum reeleito de 3 candidatos

Recife - nenhum reeleito de 1 candidato

Total - 37 reeleitos de 75 candidatos - 49,3%

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Papai nao gosta de policia.

Sâo quinze para as seis da tarde em Limoges. Um fim de tarde que anuncia forte chuva com nebulosidade e vento, muito vento.
Os trovôes roncam como nenhum estômago titânico é capaz de roncar e a policia militar francesa toma conta de minha rua.

Os criadore de cordeiro estâo prestes a sair às ruas em protesto. Temos noticias superficiais e os motivos da rebelia nâo sabemos, nem pelo radio.

Enquanto escrevo a parca possibilidade de acentuar as palavras de minha lingua portuguesa me cnsomem. Porém, sei que logo estarei atenta a escrita local e este défict gramatical me serà recreditado, com juros.

A policia nâo se move, a nâo ser uns poucos passos para esticar as pernas. Acendem um cigarro, falam com os colegas.

Estou na janela de meu escritorio com a câmera ao lado.

Papai nâo gosta de policia e recomenda que eu nâo os fotografe. Jah fotografei alguns às escondidas e aguardo ansiosa pelos berros dos cordeiros.

Mas as ruas sâo ocupadas por estudantes, carros e idosos. Nada de grunido animal, a nâo ser o que a policia sussura de um para outro e de minha janela nâo posso ouvir suas confabulaçôes.

Desço, vou a um bistrô para melhor ver o movimento. Sou intimidada por olhares policiais que nunca me foram bem-vindos, principalmente os gulosos que desrespeitam sua farda, sua patria e sua CIDADÂS.

É uma educaçâo telepatica a que tenho meu pai. Ou por um tipo de osmose à distância que desde a puberdade, quando descobri as coisas boas e clandestinas da vida e aprendi a correr da policia, parece-me ter sido ensinada por meu pai ausente e que hoje, se faz presente inclusive nas horas clandestinas de Ser.

Estamos esperando, eu no computador, ele com o ouvido no radio, as novas deste protesto misterioso que eu acredito que nâo vai ocorrer, pela hora, pois jah é tarde, e pela chuva que principia. Mas estamos eu e ele na torcida em ver a performance patetica e tragicômica das forças armadas. Acreditem, soh mudam de endereço.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Estamos eu, Pierric e meu pai à beira da lareira que queima restos de 40 anos de 6 vidas. Todas destribuidas pelo mundo. Esta casa que mantém a arquitetura original por quaqe 300 anos, se pararmos na filosophia, guarda muito mais que a història de 6 jovens de 68. Mas ai, este diàlogo entre eu, escritora e vo^ce, leitor, ou leitora, jamais findaria.

Pego as Obras Completas de Joâo Cabral, discuto, em francês (ora vejam, que ousadia! Somente eu com a minha!) sobre e a respeito de porsia com meu pai (Dr. em Letras!) e Pierric, seu amigo de infância.

Ele pôem fim à discursâo dizendo: Quando eu tinha a sua idade, era igual a você. Hoje nâo gosto mais de poesia, é pura técnica.

Igual a mim! Ninguém é igual a mim, nem a ninguém é igual a ninguém mesmo! Como eu nâo sou igual a mim! Ao quepenso  ser de mim mesma!

Enfim, travamos argumentos o bastante para que o cheiro da erva do jardim trouxese o sono que eu precisava.  Àquele produto orgânico saùdo como a flor de lavanda que brota nas calçadas de todas as ruas que passeamos.

O vinho estava lah, pela metade na sua garrafa de 2003. A lavanda continuava na rua. Eu estava na poesia que meu pai nâo quer ouvir!

Por fim, em cima na soleira da porta, a inscriçâo: " la parole divise, le silence réunit".
Entâo, faço-me meio criança quando pergunto ao meu pai: Pai, porque você se divorciou de Lisete? Sua primeira esposa.

-Porque nâo podiamos e queriamos ter filhos!

Assim, pratico, facil e econômico! E continuou:

Um ano depois do divorcio Lisete deu à luz ao primeiro filho. E rindo complera, E 4 amigos nossos esperando na outra sala para ver a cara da criança para, entâo, reconhecer a paternidade. Na nossa época era assim, nâo existia AIDS, e a liberdade do amor facilitava as mulheres independentes. Hoje, os jovens sofrem com a AIDS, porque como dizia aquele menino lah do Brasil que morreu, o tesâo é risco de vida.

E assim, silenciamos a nossa ultima noite em Mountmourat.

ATENçÂO FAMILIA! este teclado nâo permite acentuar corretamente, perdoem-me!


domingo, 17 de agosto de 2008

Mounmorat


Amanhâ partiremos para o sul, de carro e talvez anda com livro de mapas à mâo.

Na ùltima vez em que descemos foi para tirar o mato que tomava todo o quintal e tirar grande parte do pò de uma casa em que hà 5 anos ninguém visitara.

Esta casa foi construida em 1736 e comprada em 1968 por 6 estudantes parisiense. Dentre eles, meu pai.

No quarto que me foi delegado a faxina encontrei livros proibidos, originais de Victor Hugo, Sartre, e muitos outros da moda da época como yoga e folosofia chinesa.

Enquanto eu limpava a pano seco livro por livro pensava em como eu gostaria logo de poder dedicar-me a leitura dos originais franceses. Questâo de tempo.

Là em baixo, da janela do quarto eu via meu pai e seus amigos sessentôes tacavam fogo na madeira ainda verde, recém cortada, que subia numa fumaça volumosa! Fechei a janela do quarto para evitar a defumaçâo da casa toda!

Foi quanto, novamente, aquele impeto que mais parece um ponto invisivel rondando seu corpo e sua cabeça, este indefinivel que talvez, os catòlicos abençoados chamam de Espirito Santo, guiou-me para o quarto ao lado, onde também havia milhoês de livros nas estantes improvisadas com troncos e tacos de madeira. E caixas, muitas caixas.

Deus, que fàbula se torna a vida quando essas coisas acontecem. Puxei uma cadeira, subi e puxei do ponto mais alto da prateleira uma caixa goya; velha e empuerada com a certeza: Vou encontrar coisas interessantes aqui!

Ao abrir fui tirando fotos antigs e quando vejo dentre tudo, uma foto de minha mâe na sala de parto, segurando minha irmâ apòs 3 segundos de seu nascimento. Junto vinha uma carta escrita por meu pai datada do dia 4 de março de 1980, contado os detalhes mais incriveis que se pode contar de um trabalho de parto.

Feliz, corri e mostrei a todas as pessoas da casa. Papai voltou ao quarto comigo para fazer outras buscas, mas nâo encontramos nada a mais.

Desde este dia, a principio eu nâo havia notado. Ao final da tarde meu pai entrou no meu quarto, o quarto que eu limpara livro por livro e feito minha cama, o quarto que eu passaria os 5 dias estava perfumado. Papai perguntou, Você acendeu insenço? Nâo, responi. Foi quando percebi um forte cheiro de perfume. Desci para a fogueira para certificar se havia alguma madeira perfumada queimando, nâo, nâo havia. Subi e rodei os 4 quartos, a cozinha, e nada, tudo cheirava a mofo e madeira umida.

Apenas entrando o meu quarto podia-se sentir o cheiro de perfume. Pensei, Minha avò.

sábado, 16 de agosto de 2008

Pouco a pouco as estreitas ruas limogeanas vâo tomando ares de cidade. Aquele ar de cidade fantasma vai a perder-se lentamente com a chegada do frio de meados de agosto.

Pessoas passam esbarrando sacolas de compras, os pâes embaixo do braço, os jornais, as cadeiras nas calçadas dos cafés.

Sozinha, o sorriso vem à toa. À toa para os que dormiram ontem. "Inferninhos" existem em todo lugar deste mundo e aqui, em Limoges, nâo seria diferente.

Tequila! Grita aquela voz aguda e loira do meu lado. Seu namorado segue com uma cerveja. Eu observo pelo meu copo com àgua.
Musica boa, bom rock'n roll, e aquela simpàtica menina que me lembra Brigitte Bardot me sorri como quem jà vinha a perguntar: De quel région vous et.

Retribuindo o sorriso respondo: Je venir du Brésil, je suis brésilienne.

E novamente um grito, Tequila!

Na volta pra casa a bruma cobria toda a cidade. Maravilhada, quebrando o queixo de frio, deixo meus primeiros colegas educados e gentis e volto, pela Limoges fria, para o terno dos meus lençòis.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Joâo Cabral e o vento.


Vou passeando pelas ruas e ao passar por alguns becos estreitos posso sentir o cheiro de lareira ascesa.

Meu sentido jà consegue distingüir o cheiro de carvâo doméstico de àqueles de rua, como os de fogueira de Sâo Joâo.

Assim como os ouvidos captam, às vezes jà arredios, ao som do trêm que, Joâo Cabral de Melo Neto diria, como disse sobre as ondas do mar. E eu digo: o barulho do trêm é um chamamento constante.

Ainda em casa passo uma pintura no rosto. Antes de sair dou a ùltima olhada no espelho e vejo aquela menina bochechuda, de bico nos làbios, pintada. Parece uma boneca.

Penso se devo retirar a maquiagem. Mas acrescento algumas gotas de Chanel, e saio.

Alguns rapazes fixam o olhar no vestido branco, parisiense mas, que bem poderia ser "das Olindas". Meus olhos, castos, voltam-se para o châo.

Indubitavelvente desconheço a mentalidade do homem europeu. Guio-me pelas razôes de meu pai, que disse: "Você tem que aprender a falar fluentemente para, ao menos, se defender se preciso!"

Talvez por isso a hora seja de repouso. Repousar minh' alma sobre meu pròprio corpo. E sò.

Sozinha, com minha NIKON, temo sotaques àrabes. Os ouvidos atentos às vozes, os olhares ao châo, nâo aos olhos.

Busco flores para fotografia.
Hoje o céu fechou-se em nuvens escuras. Podia até dizer que iria chover. Entretanto, apenas um vento muito frio sopra levando o pò de arroz que tenho no rosto.

Junto, o vento varre meus pensamentos que vâo-se se arrastanto pelos fios de meus cabelos ùmidos, e arrasta folhas imaginàrias, folhas das àrvores das praças, folhas dos cadernos que rabisquei sorrisos, folhas de memòria de minha vida e meu tròpico.

O vento leva as flores da minha infância. O vento leva o beijo que deixei suspenso no ar, e que muitos amigos ainda o pegaram. Como quem caça borboletas quando ainda criança.

O vento que paira o pàssaro imòvel no ar, o vento que toca as cordas dos coqueiros soltando a mùsica no ar. este mesmo vento que agita as ondas no mar. Este mesmo vento é inutil, quando abro os braços a ele, e ele nâo pode me levar.

Martinha Regueira Arabyan.
(Perdoem-me a estranha acentuaçâo gramatical, este teclado nâo é capaz de entender o que digo e como digo).

domingo, 20 de julho de 2008

O céu de Limoges.

Ainda acordo cedo no Brasil. Quero dizer, relativamente cedo se comparado à hora que melevanto em Limoges. 10 da manha, horàrio de Brasilia; 3 da tarde, horàrio de Paris.

Ainda acordo no Brasil e me levanto em Limoges. Nao sei quando acordarei verdadeiramente aqui.

As pessoas e os lugares quando sonho nao pertencem à esta terra onde estou, portanto, é no Brasil que durmo e acordo quando deito e levanto em Limoges.

Triste? Possivel. Eu que sempre fiz questao de acentuar as palavras e escrever corretamente agora sou escrava do teclado correto e eu as maos erradas.

Minha escrita nao pertence a esta terra, minha gramàtica pode ser irma desta que aprendo e ainda nao ouso mas, como todas as irmas que conheço, sao completamente diferentes.

Filhas da mesma mae e mesmo pai: casal chamado Latim, português e francês nao se misturam, a nao ser no papel. Mas papel é coisa que nao me apetece. Além do mais, os correios brasileiros estao em greve, dai que mesmo cedendo aos caprichos da volta ao tempo, minhas noticias nao chegariam onde quero.

A tela, o cursor e o teclado sao minha ocupaçao derradeira para o trabalho e lazer.

É minha porta de entrada para o Brasil.

O céu de Limoges, ah! o céu de Limoges.
Devo escrever antes que fuja eu do assunto. O céu de Limoges é azul, azul. As nuvens sao densas, pesadas.
Hà calor hoje aqui. E eu posso deitar com minha câmera e fotografar o céu porque, se fechar os olhos e tapar os ouvidos para que nao entrem vozes em linguas estranhas, sou capaz de apostar que estou em Recife.

O azul é azul em qualquer lugar do mundo. E as nuvens sao brancas e pesadas como em dias quentes que preparam chuva no Recife.

Mas eu verdadeiramente nao estou ai, lugar onde vc lê isso agora, suponho. Estou aqui... e saio caminhando a me perguntar: como posso eu estar ai, se estou aqui? Como posso eu dizer que moro em Limoges se minha cabeça està sempre là, no céu de Recife, a procura do cheiro do mar?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lua para os amantes.

Lua cheia hoje.

Lembre de tudo o que foi dito antes.

Lua cheia hoje.

Vivi tudo muito bem a todo instante.

Lua cheia hoje.

Revi todos os livros da estante
E vi
Que amores sao sempre
Os mesmos
Em cada romance
É sempre uma novela
E quando
Recomeça
É
sempre
novo
outra
vez...

E mesmo quando é de novo
Um novo amor que vem

Como a lua apòs 31 dias volta cheia
E nua
Mingua
E Transparente se faz nula.

Que de tanto querer me fiz tua
Na minha imaginaçao
E tabém na sua.

Que me desprezes,
Normal.
Pra mim isso é como qualquer coisa
Formal.
O resultado de um mal entendido
Fatal.

Lua cheia hoje.

Lembre de tudo o que foi dito antes.

Lua cheia hoje.

Vivi tudo muito bem a todo instante.

Lua cheia hoje.

Revi todos os livros da estante
E vi
Que o final é sempre o mesmo

Para os amantes.

domingo, 13 de julho de 2008

Joao Cabral de Melo Neto

Os Três Mal-Amados


Joaquim:

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certid�o de idade, minha genealogia, meu endere�o. O amor comeu meus cart�es de visita. O amor veio e comeu todos os pap�is onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus len�os, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o n�mero de meus sapatos, o tamanho de meus chap�us. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus rem�dios, minhas receitas m�dicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as cita��es em verso. Comeu no dicion�rio as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utens�lios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utens�lios: meus banhos frios, a �pera cantada no banheiro, o aquecedor de �gua de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a �gua dos copos e das quartinhas. Comeu o p�o de prop�sito escondido. Bebeu as l�grimas dos olhos que, ningu�m o sabia, estavam cheios de �gua.

O amor voltou para comer os pap�is onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha inf�ncia, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o l�pis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto � bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de autom�vel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a �gua morta dos mangues, aboliu a mar�. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde �cido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chamin�s. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu at� essas coisas de que eu desesperava por n�o saber falar delas em verso.

O amor comeu at� os dias ainda n�o anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu rel�gio, os anos que as linhas de minha m�o asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu ver�o. Comeu meu sil�ncio, minha dor de cabe�a, meu medo da morte.


domingo, 29 de junho de 2008

Sim, eu mudei.
Indefinidamente transformei as traduções das minhas cartas de tarô.

Criei asas da difamação. E resistência à luz do sol.
Também aumentei o meu fotômetro para seguir à noite. Observo, congelo imagens em fotografias que, no outro dia só me trarão vultos silenciosos que, neste princípio obriga minha memória a guardar os que realmente são importantes.

Tomo um copo, observo os cigarros. Lembro-me de Augusto dos Anjos e bebo impulsos nervosos.

Depois me embriago, afogada em paixões.

Na vida de nada vale ser inquilina.
É preciso ser hóspede das mais diversas casas, fronteiras ou esquinas.
Quando se aprende a refazer o corpo nas próprias cinzas.

Eu sou um mulher diagnosticada.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Elitismo por melhor qualidade de vida para todos? Sim!

"Você é elitista!" Sentenciou Raquel Rodrigues, professora de teoria da comunicação e coordenadora do curso de comunicação social da faculdade Mauricio de Nassau.

Sua afirmativa foi em sala de aula de forma a entender pejorativa. O debate era sobre as reproduções artísticas e a perda da aura, Escola de Frankfurt e a Indústria Cultural, etc, etc, etc...

"Você é elitista!" Sentenciou Samara Cipriano, amiga de mais de década.

Sua afirmativa foi na cozinha do meu apartamento, não tanto pejorativa mas num tom de esclarecimento. Do tipo, você pensa e diz isso porque é elitista. O debate durante o preparo do jantar era sobre o brega nas festas dos pseudos intelectuais, da "elite pensante" e promovedora da cultura do Recife (entende-se: jornalistas, estudantes, publicitários, artistas plásticos, do teatro, designers, estilistas, produtores, cineastas, etc...).

Elitista[De elitismo + -ista.] Adjetivo de dois gêneros. 1.Relativo ao elitismo, ou próprio dele. 2.Que é adepto do elitismo. Substantivo de dois gêneros. 3.Pessoa elitista. Elite[Do fr. élite.] Substantivo feminino. 1.O que há de melhor em uma sociedade ou num grupo; nata, flor, fina flor, escol. [Cf. flor (5).] 2.Sociol. Minoria prestigiada e dominante no grupo, constituída de indivíduos mais aptos e/ou mais poderosos.

Vou me ater ao significado que vai condizer com o que penso, repetindo abaixo: Elite[Do fr. élite.] Substantivo feminino. 1.O que há de melhor em uma sociedade ou num grupo.

Dá pra entender quando eu digo que as reproduções artísticas, as culturas superiores devem ser difundidas? Entendem quando digo que não compreendo porque Lala-K e Catharina Dee Jah colocam o que há de pior da produção brega atual em suas festas para tocar?

É demais para meu raciocínio entender que aqueles acima pagam para dançar e ouvir boas músicas e se despojam como analfabetos funcionais que por não terem outro tipo de escolha absorvem esse tipo de produção sem critérios ou oportunidades de escolhas melhores porque lhe furtam as parcas possibilidades intelectuais. E quando eu vejo pessoas esclarecidas neste tipo de despojo entro em conflito com o que conheço de valioso na cultura e dos que vivem a fabricá-la?

Não sou contra o brega, acho um ritmo engraçado, divertido e bom de se dançar. Porém, é preciso cuidado àqueles esclarecidos com a qualidade das letras e do resto que se consome.
Nas periferias a maioria não consegue se ligar para a escolha do que presta e do que não presta para ser consumido, mas nós sim!

Nós, que lemos jornais, estudamos, escrevemos, ensinamos, não podemos aceitar que tais variações de linguagem pornográficas entrem no cotidiano da nossa diversão quando temos condições de escolher o melhor, de poder pagar por melhores produções artísticas.

Não defendo certas letras pelos não ínsitos à nossa condição de humanos dignos de respeito pelo nosso corpo, pela nossa posição social que devemos às lutas feministas e que pomos a perder quando nos deleitamos com músicas que denigrem a mulher, o amor próprio, o pudor, a guarda do corpo, estimulam menores, crianças à promiscuidade insensata, feito um feminismo doente, uma "liberdade do corpo" caída sem paraquedas nos telhados dos barracos das casas das mais diversas favelas do país!!

Se alguém se opuser ao que digo e puder me dar uma explicação para este fenômeno, eu agradeço.

É só isso. Obrigado e passem bem.

domingo, 18 de maio de 2008

Agente sabe.

Agente sabe. O caso Isabela só foi o que foi porque foi classe média - formadora de opinião (porque nem rico nem pobre forma por*** nenhuma).Isso se vê facilmente no caso das escolas públicas: O rico e as classes médias A, B e C foram todas pra instituições particulares de ensino, e a escola gratuita sucateou-se porque o pobre "sabe" que vida de pobre é essa mesmo, sucatada em casa, na escola e na alma.O Caso Isabela só foi para o “júri popular” porque a forma cruel do assassinato foi detalhado e ruminado pelo jornalismo "viceral", o jornalismo peca muito em achar que tem o rei da liberdade de imprensa, a liberdade de expressão na barriga.

O caso Isabela é apenas um dos que diariamente assistimos nos jornais e nem nos damos a perceber.


O caso da menina de 15 anos encarcerada numa cela com 20 homens foi de uma brutalidade, bárbarie quinhentista, medieva. No entanto cadê, ela está viva, em sua sub-vida, sub eistência, com sua personalidade dilacerada, sua vida esfragalhada em espermas e cortes no sexo pelo membro, mãos, armas e pontas de cigarros doentes e grotescos. MAS ELA ESTÁ VIVA, sim por incrível que pareça, e onde está o júri popular, a delegada, a juíza, a prefeita da cidade onde a menina foi estuprada ininterruptamente por 20 homens?!

Não me impressiona esse tipo de jornalismo internacional afinal, são europeus, mas não deixam de ser homens e jornalistas.

Não de deixo mais abater por essas notícias nos jornais, se não, terei que entrar no MC Donanld´s e cmem meu BIg Mac com a cara do pedinte, da criança esmoléu do estacionamento estampada no meu hamburguer. Terei que comer a criança, mastigá-a e degluti-la como um hamburguer...

Não, a alienação é a salvação da alma

(mentira...)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O que há de novo na MPB? NADA!! Então vamo po brega que lá tem um mói!


Durante o show de Elza Soares no Clube das Pás em Recife me atinei para uma coisa:


Jorge Vacilo imita Djavan.


Claudia Leite Parmalat imita Ivete Zagalo.


Vanessa da Mata sem cachorro imita Maria Monte Evidell.


Maria Irrita imita a mãe( só se perdoa porque a genética é implacável).


Mas e Elza? Não imita ninguém, nem ninguém jamais ousará imitar a Elza.

Velho clichê: pra ninguém vir me dizer que não falo de flores, ora!

Na estrada onde um dia corri criança
Deixei o cheiro de minhas mãos
com meus dedinhos no vento se abrindo.

No vento sentindo o entrepassar do vento.
Com as mãozinhas espalmadas levantava os dedinhos.
Os cabelos iniados que Dna. Maria penteava e dizia:
“Mas isso parece mais palha de milho!”

Como saber hoje o que representa
O asfalto quente numa rodovia de mil direções?

Pode ser o caminho que leva para ontem
Quando chego em casa e já é manhã.

Não sou mais menina que brinca a correr
Colhendo flores de mato, brincando no pasto.

Sou aquela que sonha em nascer
De novo neste caminho, impreciso, longo e inexato.

Minha mãe com seus olhos cansados
Sua luta, sua guerra, valeram, enfim.

Sou hoje uma triste que passa
Na estrada aquém na alegria
Mas não canso de saber que um dia
A estrada se fecha pra sempre, sem curvas, sem sol, nem dia.

F. Pessoa.

domingo, 11 de maio de 2008

Só pra não ficar calada.


Dizem que agente só dá valor quando perde, mas eu não perdi nem perderei o Brasil e minha cidade recifolinda.
Também não acredito nisso que dizem pois não perdi nada e, enquanto Deus me der coragem, cara aberta e goela para gritar, eu incitarei revoltas e prejudicarei os anticidadãos.
Sabotarei, sim. Sabotarei como no dia em que murchei todos os peneus de todos os carros que estacionaram em cima da calçada do meu prédio.

Havia jogo de futebol num estádio quase viznho de minha casa. Para não estacionar em ruas mais distantes do campo, por pura PREGUIÇA SAFADA de caminhar um pouco, torcedores contraventores estacionaram nas caladas. Uma bela noite de jogo fui e murchei uns 16 peneus que atravancavam a passagem, salivando e lembrando meus tempos de menina de Olinda quando tinha casamento na Rua do Bomfim e a molecada fazia dessas "festas".

Agora faço por uma causa nobre! Se a multa não amedronta, 4 peneus baixos assusta. E ameacei cara a cara os proprietários a chamar o DETRAN, a CTTU, o reboque, o escambau! Se eles voltassem a estacionar em calçadas. Fui xingada de todos os adjetivos que os homens educados e embriagados de futebol e cerveja, de classe média A, B, C, que dirigem ébriamente seus Merivas, Gols e 4X4 em cima das calçadas do Recife sabem atribuir às mulher esclarecidas, de coragem, cara de pau e de razão.
Xingamentos estes que eu jamais figuraria aqui em detalhes, porque este é um blog de respeito.

Por pouco não apanhei. Tive que tirar a bandeira do meu time da varanda para não sofrer represálias posteriores, pois sou do time adversário aos do estádio vizinho...

Sinto por aqueles que não olham de lado e se preocupam se estão incomodando com o som do carro que estoura os ouvidos deles e de todos, que não se preocupam em seguir normas de trânsito para o bem-viver de todos. Sinto pelo vendedor de cd pirata que nem sabe, coitado, mas age como um assaltante que rouba e sai dançando, assoviando esperando o carro da polícia.
O vendedor de Cd pirata é um criminoso. Eu não tenho culpa disso, a culpa é da Constituição, está lá a proibição da pirataria! E o cara ainda anda com o som no último volume vendendo ilegalidade como quem vende pastel. É mais ou menos como um traficante de maconha que quisesse montar um tabuleiro na feira e ficar igual o seu Zé dos Doces: -Olha a cocada! Olha a pamonha! E o outro do lado ecoava: -Olha a maconha! Verdinha, fresquinha e da boa!

Coitado de nós brasileiros. Coitados...

terça-feira, 6 de maio de 2008

O Brasil não está pronto para a legalização.


Infelizmente não adianta reclamar, falar, explicar, interagir...
Não adianta. A falta de informação, de exclarecimento anda a torto e a direita.

A legalização não é coisa de "maconheiro". É uma questão de ser contra o subordo polícial, o tráfico de armas, tiroteios entre policiais e traficantes e entre os próprios traficantes!

Não existirá mais "toques de recolher" ou lojas em bairros inteiros fechadas por ordem de traficantes!

Existirá postos de atendimentos aos usuários, reforma no judiciário

Mas o Brasil não está preparado para a legalização. Mas graças que tudo que existe procede de algo que a antecedeu. Esses movimentos deverão levar, e eu chuto uns 30 anos, à legaliação.

Antes disso devemos nos unir pela educação, pela prevenção do crescimento do uso álcool e do cigarro, e principalmente reformular as leis, em especial, as ligadas às penas alternativas.

A legalização é necessária, o Brasil não está preparado. Comecemos a estruturá-lo, então.

domingo, 4 de maio de 2008

Legalização não é banalização.

Não fui à marcha pela legalização da maconha. Infelizmente perdi a hora. Era quase cinco horas da tarde quando João Freire me ligou dizendo que o pessoal já tinha se dissipado. Uma pena, adoraria ter ido.

A noite estava me preparando para dormir quando vi passar na televisão as breves coberturas de algumas marchas pelo país. Sofri de pena dos militantes, especialmente dos que são contra a legalização.

Entendam-me bem, por favor. Não senti pena das pessoas que pensam diferente de mim, de João ou do movimento. Senti pena pela falta de informação.

Escreverei aqui bem destacado para que todos entendam: SER A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DE UMA DROGA NÃO SIGNIFICA SER A FAVOR DO USO DA MESMA, desde que entendamos que A PROIBIÇÃO NÃO INIBE O USO E DIFICULTA AS AÇÕES POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE. Legalização não significa banalização, tranformar o país em um woodstock. LEGALIZAR É A MELHOR MANEIRA DE COMBATER!

A começar pelas residências, a proibição incute nos lares o medo, o temor de que a droga se infiltre por baixo da porta. O preconceito pelo que é ilícito atrapalha as conversas de pai para filho e inibe a solicitação do filho já viciado, em pedir ajuda dos pais.

A proibição está levando o país a uma guerra civil entre policiais e traficantes, mais gravemente percebido todos os dias no Rio de Janeiro e mostrado no Jornal de forma banal, corriqueira, cotidiana e normal.

Nos centros urbanos, viciados em crack assaltam à mão armada e no delírio da fissura, irritadiços e irracionais, apertam o gatilho provocando cada vez mais mortes, especialmente em sinais de trânsito.

Pela proibição policiais são levados à corrupção, aceitam suborno dos traficantes, vendem suas armas, facilitam o comercio ilegal. Com A LEGALIZAÇÃO O SUBORNO DE POLICIAIS ACABARÁ, NÃO HAVERÁ MOTIVO PARA TAL. COM A LEGALIZAÇÃO A GUERRA ENTRE TRAFICANTES RIVAIS NÃO MAIS EXISTIRÁ, ASSIM COMO AS COM OS POLICIAIS TAMBÉM. Com o tempo as vendas estarão regulamentadas. Poderão ser feitos estudos, estatísticas sobre o uso e assim seu modo de prevenção. As pessoas não precisarão mais mentir, mesmo estando no anonimato mente-se pela vergonha que está intrínseca no usuário. Centros de tratamento poderão ser procurados com menos pudor, não será mais preciso entrar em favelas arriscando-se. As leis para os traficantes e usuários sofrerão mudanças levando o sistema judiciário a uma reforma nunca vista antes no Brasil. Pensem nisso. Espero ter sido clara. Boa-sorte a todos.


Acessem isso aqui :



Espero ter sido clara. Boa-sorte a todos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O que há de novo entre Isabela Nardoni e os Bolsa-emolas?


Alexandre Garcia, no Bom dia Brasil de 23 de abril, no seu discurso sobre o caso Isabela Nardoni, citou outros casos de violência contra as crianças em geral, além das negligências dos pais que permitem acidentes domésticos e mortes no trânsito. Citou também versos do Navio Negreiro, de Castro Alves e fechou sua preleção culpando a escola e a educação recebida pelos pais quando crianças, que seriam as responsáveis por adultos hoje mal formados nesta sociedade perdida em seus valores destorcidos.

Não acredito que ele esteja tão certo assim, que a culpa no caso dos Nardoni advenha da formação escolar. Acredito mesmo na ausência da mãe no lar, onde sai a formadora de opinião, ética, princípios morais, religiosos, e entra a televisão, as babás que, mal podendo educar os próprios filhos, ganham a sina de educar aos dos outros.

Não estou dizendo com isso que o responsável geral pelo enlouquecimento da sociedade seja das mães, por favor não estou culpando ninguém. Pobre da minha mãe se eu o fizesse. Mas antes os pais saiam para nos sustentar e quem nos cuidava eram nossas mães. Mas agora que estão todas na rua, quem cuidará de nós? Quem cuidará do meu filho, quando eu tiver que ir à labuta?

E se Alexandre Garcia estiver certo, se a culpa pelos desvios morais e de conduta sociais for mesmo de responsabilidade da escola - se não temos o pai, nem a mãe, só nos resta confiar na escola, não é verdade? – eu me pergunto, mais uma vez, de novo, para que servirá o bolsa escola? Hoje é um adulto mandando 3 crianças pra escola e recebe R$ 45,00. Daqui há 10 anos, esss crianças serão 3 adultos, mandando 9 filhos “estudar”, cada um recebendo R$ 45,00, então R$135,00, e por ai vão-se os anos...

Quando fui professora, minhas alunas diziam-me: “O bolsa escola é ótimo professora, com ele comprei essa saia (mini-micro-saia, vale ressaltar) na sulanca, vou pro brega e ainda dá pra 'tomar umas' ”.

São alunas e alunos da escola não reformada, da escola escanteada por um presidente que chegou lá sem precisar dela! Por um presidente que parece se importar com seus bolsas esmolas mas, que no fundo, se estivesse mesmo preocupado, faria com que a escola em si fosse o atrativo, sem precisar de esmolas sob bolsas não sei o quê, como subterfúgios para atrair as crianças e a “consciência” dos pais para a educação dos filhos. Poderia fazer um pouco melhor, por exemplo, fazer com que seus pais recebessem esses R$ 45,00 por serviços prestados à escola onde o filho estuda, dar uma “bolsa-empreendimento”, uma renda como essas bolsas não sei o que, com o caráter empreendedorístico, que futuramente deveria ser revertido ao governo, pelo menos em forma de impostos! E não simplesmente, "tirar"-note as aspas- as crianças do trabalho, dos sinais, e entregar essas esmolas através de bancos ou de carteirinhas. Isso eu chamo de agressão, de negligência do governo para com os mais novos. A perpétua ausência de Estado na responsbilidade da formação escolar e cidadã de eu povo.

Esmoléus de carteirinha. Isso foi no que se tornou a população beneficiada. Até porque, pelo menos aqui em Recife, não vi diminuir em nada as crianças e adolescentes nas ruas, nos semáforos. Pois economicamente falando, é do senso comum afirmar que “quanto mais você tem, mais você consome. Quanto mais você consome, mais você precisará ter”. Portanto, mesmo recebendo bolsas tudo, a esmola de rua é imprescindível.
E a escola continua lá, como um trabalho enfadonho e deprimente que muitos aturam porque têm família pra sustentar, nossos adolescentes já sentem essa obrigação no período escolar, e se calam com a boca de feijão...

domingo, 20 de abril de 2008

As pedras portuguesas, parte II



As pedras portuguesas têm suas origens nas margens do rio Tejo. Esses seixos são em calcita branca e basalto negro, pelo contraste de cores pode-se montar mosaicos em calçadas. A pavimentação com linha estética agradável e de forma simples como o calçadão de Copacabana, famoso pela pavimentação em pedras portuguesas é motivo de inspiração para artistas, estilistas e marcam a personalidade do lugar. Nunca são feias as calçadas assim feitas, nunca estão fora de moda.

Mas há os que não preferem, como foi no caso do Rio de Janeiro em que vereadores aprovaram um projeto de lei que obriga a troca do antigo calçamento de pedras portuguesas por pisos antiderrapantes. A autora do projeto foi a vereadora Cristiane Brasil (PTB), a iniciativa pretende acabar com as pedras portuguesas que calçam boa parte do Rio de Janeiro, e que seriam responsáveis por grandes transtornos para a população em geral, especialmente os idosos. Mas o problema não está nas pedras em si, e sim, na falta de manutenção nos buracos que inevitavelmente se abrem pela ação do tempo e desgaste natural que sofrem os pisos de áreas urbanas.

"Estamos em pleno século XXI, mas nossas calçadas continuam as mesmas do início do século passado". Afirmou a vereadora Cristiane Brasil. Mas o que ela não se toca é que um projeto paisagístico, uma obra que comemora um século, deveria ser preservado como patrimônio histórico, e não destruído por falta de cuidado do poderio público, que vê na reforma um alívio nas despesas governamentais, pois se o novo material usado na troca das calçadas não precisar de tanta manutenção como estas do início do século passado, então, ao invés de reformar os casarios históricos ameaçados de desabamento que se espalham em Olinda, Recife, Salvador, Rio entre outras, implode tudo logo de uma vez e vende o terreno à construtoras, leiloa, levanta mais um prédio público e instaura mais um órgão vegetativo e sangue suga do nosso dinheiro público, do contribuinte. Na verdade não podemos especular sobre o caráter verdadeiro da intenção das trocas destas pedras, sejam as do Rio ou aqui em Recife, mas sabemos que custos com manutenção é obrigação do estado, e não sair reformando, trocando, derrubando, desmontando. Já dizia os Titãs: “Homem criava e também destruía”.

Outra coisa é que essas pedras são caras, em Portugal existem os mestres calceteiros, que são os que desenham os mosaicos com essas pedras. A preocupação é se elas irão parar na beira da piscina de algum secretário, se elas serão reaproveitada em algum outro espaço público, se serão leiloadas ou vendidas arbitrariamente. A orla de Boa Viagem perdeu o encanto. Estes tijolinhos são feios, apagados, sem personalidade, não trazem nada de novo nem vida à praia, para a Avenida. Este é o motivo desta discussão.

O cidadão não viu o projeto, os moradores da avenida não opinam, ninguém faz nada, e o governo mete a mão no nosso dinheiro, faz o que quer, como quer, e ninguém faz nada, ninguém diz nada. Fora que todo o mundo sabe que as obras são superfaturadas, que há desvio de dinheiro para contas particulares, mas fazer o que?

Só me resta este blogger pra desabafar. Infelizmente pra ser alguém na vida preciso concentrar minha energia para a viagem a estudos, não posso simplesmente me acorrentar nas máquinas e exigir satisfação. Mas se alguém se juntasse a mim para fazer uma cobertura, ir na câmara dos vereadores, ir na prefeitura, em algumas secretarias, teríamos uma resposta oficial a respeito de, pelo menos, esta resposta. Assim, não ficaríamos apenas fazendo falsas acusações, teríamos embasamento registrado em vídeo que nossas acusações são verdadeiras.

Beijo, beijo amore.

sábado, 19 de abril de 2008

Onde estão as pedras portuguesas da Av. Boa Viagem?

Não é que a curiosidade seja uma coisa ruim. Graças à curiosidade foi que o homem evoluiu. Imaginem o homem como um ser não curioso? Não dá não é verdade? Então, amores estes que visitam este blogger, não cancelem seus comentários que vocês me deixam com um fio danado de gelo me partindo ao meio, por causa de uma curiosidade em saber quem postou, o que postou e porquê retirou a postagem?!

Agora vamos ao que interessa. Onde estão as pedras portuguesas da Av. Boa Viagem? Digam-me se souberem pois aquele que nunca tiver roubado, que atire a primeira pedra!
Não sei por onde começar a procurar. Será que a assessoria de imprensa do prefeito responderia, a câmara dos vereadores alguém saberia dizer?

Quem gostaria de fazer uma pesquisa junto a mim? Pode ser mais fácil de descobrir do que imaginamos. Elas podem estar embaixo dos nossos olhos – quando estavam belíssimas sob nossos pés, ao contrário desta nova forma de pavimentação opaca, insossa, muitíssimo sem graça que agora toma conta da orla recifense e enfeia nossa paisagem. Quem gostou? Você gostou? Eu odiei!

Dica de fim de semana:
Cinema da Fundação, no Derby. Fone: 3073-6710
Mostra de documentários. Cinema de qualidade e GRÁTIS!!!! Mas só este fim de semana, nos outros dias paga uma merreca.

Quem é de beijo, beijo
FUI!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Futebol é o´ópio, mas o óbvio é inevitável. Segue sementes de papo "cabeça".

Hoje eu ia falar do problema de gado leiteiro. Tanto do tratamento que os animais recebem quanto da qualidade do leite que ingerimos.
Mas como o futebol é o ópio, fui ver o Sport Clube do Recife ser campeão da Ilha.
Para os que são de beijo, beijo.
FUI!

- Dica da semana pasada, assistam:

Kundun.
Do diretor Martin Scorsese, conta a biografia do 14º Dalai Lama, mostrando toda sua trajetória desde quando era um garoto de apenas 2 anos. Explica o porquê de toda a confusão em volta da tocha olímpica de Pequim, a revolta contra a China por terem invadido o Tibet na era de Mao Tse Tung. Recebeu 4 indicações para o Oscar.

Dica desta semana, assistam:

The corporation, de Jennifer Abbott e Mark Achbar, 2003, canadense. Não vou flar nada. Só ponhas no dvd e sentem pra ver. Depois me digam.
Beijo

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vitamínicos...

Estava eu perdendo meu tempo na Internet (sempre tenho a sensação de que poderia estar fazendo algo melhor do que msn, orkut, youtube e googles... enfim, continuando) divagando com um colega quando ele, Pezão, sugeriu que eu fizesse um blogger...

Minha professora de computação desde o começo do semestre mandou todos os alunos criarem um blogger, e eu até agora necas de pitibiriba, pensando que são muitos os assuntos, não sabia bem o que fazer num blogger especificamente! Levei dias até que enfim, resolvi fazer sem restrições.
Uma vitamina não pode restringir seus ingredientes, coloca-se variedades de frutas se vc quiser, com aveia, mel, doce de goiaba, leite condensado, enfim. Existem vitaminas mil! Pois bem... acho que poderei aproveitar das polifases que passamos com um mix de assuntos e assim, em cada roda de conversa, degustar de um sabor diferente, como as várias vitaminas que misturam em si vários sabores...

Eu amo vitaminas, não vivo sem elas... e o próximo tópico creio que permanecerei nelas, ou melhor, no leite, ou melhor, nas vacas, ou melhor, nas tetas!

Até lá!