domingo, 11 de maio de 2008

Só pra não ficar calada.


Dizem que agente só dá valor quando perde, mas eu não perdi nem perderei o Brasil e minha cidade recifolinda.
Também não acredito nisso que dizem pois não perdi nada e, enquanto Deus me der coragem, cara aberta e goela para gritar, eu incitarei revoltas e prejudicarei os anticidadãos.
Sabotarei, sim. Sabotarei como no dia em que murchei todos os peneus de todos os carros que estacionaram em cima da calçada do meu prédio.

Havia jogo de futebol num estádio quase viznho de minha casa. Para não estacionar em ruas mais distantes do campo, por pura PREGUIÇA SAFADA de caminhar um pouco, torcedores contraventores estacionaram nas caladas. Uma bela noite de jogo fui e murchei uns 16 peneus que atravancavam a passagem, salivando e lembrando meus tempos de menina de Olinda quando tinha casamento na Rua do Bomfim e a molecada fazia dessas "festas".

Agora faço por uma causa nobre! Se a multa não amedronta, 4 peneus baixos assusta. E ameacei cara a cara os proprietários a chamar o DETRAN, a CTTU, o reboque, o escambau! Se eles voltassem a estacionar em calçadas. Fui xingada de todos os adjetivos que os homens educados e embriagados de futebol e cerveja, de classe média A, B, C, que dirigem ébriamente seus Merivas, Gols e 4X4 em cima das calçadas do Recife sabem atribuir às mulher esclarecidas, de coragem, cara de pau e de razão.
Xingamentos estes que eu jamais figuraria aqui em detalhes, porque este é um blog de respeito.

Por pouco não apanhei. Tive que tirar a bandeira do meu time da varanda para não sofrer represálias posteriores, pois sou do time adversário aos do estádio vizinho...

Sinto por aqueles que não olham de lado e se preocupam se estão incomodando com o som do carro que estoura os ouvidos deles e de todos, que não se preocupam em seguir normas de trânsito para o bem-viver de todos. Sinto pelo vendedor de cd pirata que nem sabe, coitado, mas age como um assaltante que rouba e sai dançando, assoviando esperando o carro da polícia.
O vendedor de Cd pirata é um criminoso. Eu não tenho culpa disso, a culpa é da Constituição, está lá a proibição da pirataria! E o cara ainda anda com o som no último volume vendendo ilegalidade como quem vende pastel. É mais ou menos como um traficante de maconha que quisesse montar um tabuleiro na feira e ficar igual o seu Zé dos Doces: -Olha a cocada! Olha a pamonha! E o outro do lado ecoava: -Olha a maconha! Verdinha, fresquinha e da boa!

Coitado de nós brasileiros. Coitados...

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