domingo, 17 de agosto de 2008

Mounmorat


Amanhâ partiremos para o sul, de carro e talvez anda com livro de mapas à mâo.

Na ùltima vez em que descemos foi para tirar o mato que tomava todo o quintal e tirar grande parte do pò de uma casa em que hà 5 anos ninguém visitara.

Esta casa foi construida em 1736 e comprada em 1968 por 6 estudantes parisiense. Dentre eles, meu pai.

No quarto que me foi delegado a faxina encontrei livros proibidos, originais de Victor Hugo, Sartre, e muitos outros da moda da época como yoga e folosofia chinesa.

Enquanto eu limpava a pano seco livro por livro pensava em como eu gostaria logo de poder dedicar-me a leitura dos originais franceses. Questâo de tempo.

Là em baixo, da janela do quarto eu via meu pai e seus amigos sessentôes tacavam fogo na madeira ainda verde, recém cortada, que subia numa fumaça volumosa! Fechei a janela do quarto para evitar a defumaçâo da casa toda!

Foi quanto, novamente, aquele impeto que mais parece um ponto invisivel rondando seu corpo e sua cabeça, este indefinivel que talvez, os catòlicos abençoados chamam de Espirito Santo, guiou-me para o quarto ao lado, onde também havia milhoês de livros nas estantes improvisadas com troncos e tacos de madeira. E caixas, muitas caixas.

Deus, que fàbula se torna a vida quando essas coisas acontecem. Puxei uma cadeira, subi e puxei do ponto mais alto da prateleira uma caixa goya; velha e empuerada com a certeza: Vou encontrar coisas interessantes aqui!

Ao abrir fui tirando fotos antigs e quando vejo dentre tudo, uma foto de minha mâe na sala de parto, segurando minha irmâ apòs 3 segundos de seu nascimento. Junto vinha uma carta escrita por meu pai datada do dia 4 de março de 1980, contado os detalhes mais incriveis que se pode contar de um trabalho de parto.

Feliz, corri e mostrei a todas as pessoas da casa. Papai voltou ao quarto comigo para fazer outras buscas, mas nâo encontramos nada a mais.

Desde este dia, a principio eu nâo havia notado. Ao final da tarde meu pai entrou no meu quarto, o quarto que eu limpara livro por livro e feito minha cama, o quarto que eu passaria os 5 dias estava perfumado. Papai perguntou, Você acendeu insenço? Nâo, responi. Foi quando percebi um forte cheiro de perfume. Desci para a fogueira para certificar se havia alguma madeira perfumada queimando, nâo, nâo havia. Subi e rodei os 4 quartos, a cozinha, e nada, tudo cheirava a mofo e madeira umida.

Apenas entrando o meu quarto podia-se sentir o cheiro de perfume. Pensei, Minha avò.

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