domingo, 4 de maio de 2008

Legalização não é banalização.

Não fui à marcha pela legalização da maconha. Infelizmente perdi a hora. Era quase cinco horas da tarde quando João Freire me ligou dizendo que o pessoal já tinha se dissipado. Uma pena, adoraria ter ido.

A noite estava me preparando para dormir quando vi passar na televisão as breves coberturas de algumas marchas pelo país. Sofri de pena dos militantes, especialmente dos que são contra a legalização.

Entendam-me bem, por favor. Não senti pena das pessoas que pensam diferente de mim, de João ou do movimento. Senti pena pela falta de informação.

Escreverei aqui bem destacado para que todos entendam: SER A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DE UMA DROGA NÃO SIGNIFICA SER A FAVOR DO USO DA MESMA, desde que entendamos que A PROIBIÇÃO NÃO INIBE O USO E DIFICULTA AS AÇÕES POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE. Legalização não significa banalização, tranformar o país em um woodstock. LEGALIZAR É A MELHOR MANEIRA DE COMBATER!

A começar pelas residências, a proibição incute nos lares o medo, o temor de que a droga se infiltre por baixo da porta. O preconceito pelo que é ilícito atrapalha as conversas de pai para filho e inibe a solicitação do filho já viciado, em pedir ajuda dos pais.

A proibição está levando o país a uma guerra civil entre policiais e traficantes, mais gravemente percebido todos os dias no Rio de Janeiro e mostrado no Jornal de forma banal, corriqueira, cotidiana e normal.

Nos centros urbanos, viciados em crack assaltam à mão armada e no delírio da fissura, irritadiços e irracionais, apertam o gatilho provocando cada vez mais mortes, especialmente em sinais de trânsito.

Pela proibição policiais são levados à corrupção, aceitam suborno dos traficantes, vendem suas armas, facilitam o comercio ilegal. Com A LEGALIZAÇÃO O SUBORNO DE POLICIAIS ACABARÁ, NÃO HAVERÁ MOTIVO PARA TAL. COM A LEGALIZAÇÃO A GUERRA ENTRE TRAFICANTES RIVAIS NÃO MAIS EXISTIRÁ, ASSIM COMO AS COM OS POLICIAIS TAMBÉM. Com o tempo as vendas estarão regulamentadas. Poderão ser feitos estudos, estatísticas sobre o uso e assim seu modo de prevenção. As pessoas não precisarão mais mentir, mesmo estando no anonimato mente-se pela vergonha que está intrínseca no usuário. Centros de tratamento poderão ser procurados com menos pudor, não será mais preciso entrar em favelas arriscando-se. As leis para os traficantes e usuários sofrerão mudanças levando o sistema judiciário a uma reforma nunca vista antes no Brasil. Pensem nisso. Espero ter sido clara. Boa-sorte a todos.


Acessem isso aqui :



Espero ter sido clara. Boa-sorte a todos.

4 comentários:

Unknown disse...

bom dia flor do dia!

mto bem, adorei o texto, e penso tbm q com a legalização seria ate possivel pela industrializaçao q ocorreria, fazer com q a venda, o comercio do genero possa gerar imposto para o governo!

Eu acredito q a descriminalizaçao jah seria um otimo começo, antes claro, da legalização!

Hermann Cockles disse...

só que nossa cultura não permite esse tipo de conduta nossos governantes não dixam o povo saber da verdade ! que desse crime organizado se fatura uma boa grana cada um leva sua parte e fica tudo certo com a legalidade acaba a farra. o povão se contenta com futebol e shows e todos os dias suas mães filhos esposas maridos são violentados roubados por esse submundo ou já uma guerra chamado trafico! temos é que mostrar para esses milhares de analfabetos politicos a verdade

Anônimo disse...

O fenômeno do aumento do consumo de bebida e de drogas é ocidental, Europa e América (não tenho dados sobre o oriente). Já está sendo tema de debates em livros didáticos. Acho que é sobretudo por causa do modelo capitalista de consumo constante e em si mesmo vazio. Não acredito que a descriminalização da maconha mude muita coisa além de oferecer mais segurança ao consumidor só de maconha na hora da compra. Acho que a facilidade de acesso aumenta, claro, o consumo. E a facilidade de usar a todo momento vai comprometer a capacidade produtiva, quem sabe, ainda mais as relações pessoais. Vai dentro da lógica do consumo capitalista.

Anônimo disse...

Complementando o comentário anterior, extraído de um artigo científico de psicologia:
"Desta forma, o constante esforço que o sujeito desprende na intenção de ser feliz parece surtir o efeito inverso, isto é, mergulhá-lo num permanente estado de sofrimento, pois quanto mais o sujeito se permite vulnerável à sedução dos objetos, mais ele se depara com o vazio de sua existência. E, quanto mais ele se depara com seu sofrimento, mais deseja desesperadamente consumir tais objetos."

"A cultura de consumo coloca o sujeito na condição de portador de um sentimento permanente de vazio desesperançado, sentimento este que contribui para a crença de que o “remédio” para a cura de seus males pode ser adquirido, comprado, ingerido, incorporado."
Ao que eu acescento: cheirado, fumado e bebido.

para ler o texto inteiro, muito interessante e até entender a violência da miséria no Brasil aqui vai o link:

http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0175