domingo, 9 de novembro de 2008

Olinda, Primeira Capidal da Cultura Desmoralizada.

Acredito que nada adianta estas manifestaçôes barulhentas e festivas.
Logico que é algo a se fazer, a imobilidade é ainda a ultima alternativa.

Mas pensando na posiçâo da prefeitura, vou repetir o que comentei com uma amiga pelo mns.

Os donos dos bares permitem que alguns clientes abram a mala de seus carros com o som no ultimo volume, como também permitem que muitos, clientes (ou nâo clientes), usem drogas ilicitas nos arredores de seu comércio. Para evitar isso, bastava o proprietario do bar fazer uma denuncia anônima a policia militar, apòs a atuaçâo da policia no local intervido com o som alto e espantando os usuario de droga, e chama-la para uma conversa. E a partir dai se entender com os que fazem a segurança no bairro onde seu comércio atua.

Ao mesmo tempo que a prefeitura, inoperante e preguiçosa se abstém de qualquer poder de aplicaçâo da ordem, e se ausenta de fiscalizaçâo, tanto por agentes capacitados pela propria prefeitura com o alvarah necessario para impedir que os abusos de som e drogas sejam desordenados, como também nâo solicita a presença da policia, que nada mais tem como obrigaçâo proteger seus cidadôes.

Entâo, a problematica vai inflando e tomando proporçôes que, sem mais explicaçôes ou acordos, a prefeitura com sua postura sempre arbitraria, encerra as atividades culturais e comerciais noturnas, impedindo que a cultura seja manifestada.

Comerciantes, poder publico e a populaçâo em geral perde porque nâo ha açâo preventiva, nem da parte da prefeitura nem do comércio. E os consumidores, em especial estes que abusam da desordem e do desrespeito pelos local e pelos outros saem ilesos, quando deveriam sofrer multas, apreençôes, e porque nâo, uma noite na delegacia como método educativo para que se entenda que enquanto nâo houver boa comunicaçâo e respeito mutuo, nâo haverah progresso.

Este grupo que se reune para manifestaçôes nas ruas poderia formular um projeto de estruturaçâo do comércio noturno, das casas noturnas onde se promovem forros ou outros gêneros de musica.

Poderiam entrar em acordo com a prefeitura, pedindo que haja limpeza no local assim que o comércio for fechado, e por esta vez, o comerciante se responsabiliza para que determinada hora da madrugada, encerrem-se suas stividades para que a limpeza seja feita no local.

Enfim, eu nâo sou comerciante, fico na ala dos consumidores. Também nâo apoio a atitude enérgica da prefeitura de encerrar com as festividades.

No entando fico do lado do dialogo e da troca honesta de propostas. Enquanto propostas nâo forem formuladas, à prefeitura soh caberah a intervençâo absoluta. Onde chegaremos também se a desordem nâo tiver um limite?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lula e Obama - Nova ordem mundial.

Joâo me falou que estah rolando uma discursâo entre a comparaçâo de Lula e Obama, vim meter o bedellho dando minha opiniâo, heheh

A questâo nâo é comparar as pessoas Luis Inacio e Barack Obama, e sim comparar suas "representaçôes quanto homens politicos e presideciaveis", digamso asssim, entre aspas.

Porque Lula e Obama sâo incomparaveis, sâo pessoas com historias de vida diferentes, e a logica estah clara.

A comparaçâo estah na expectativa do Brasil quanto a eleiçâo de Lula, e a expectativa dos americanos quanto a eleiçâo de Obama.

Lula era pobre, retirante da seca e torneiro mecânico. Hoje é presidente.

Obama é filhos de imigrantes africanos, negro (para sua cultura elme é negro e isso nao se discute), e representa uma nova conjuntura porque é o primeiro da classe dos excluidos a ser eleito presidente.

O mesmo aconteceu a lula, o primeiro da classe dos excluidos a chegar a presidência

Abraços, Martinha

domingo, 26 de outubro de 2008

Nas capitais, metade dos vereadores "ficha-suja" é reeleita Da Redação

http://eleicoes.uol.com.br/2008/ultnot/2008/10/07/ult6008u371.jhtm



07/10/2008 - 16h22

Metade dos vereadores com ocorrência na Justiça ou punição em Tribunal de Contas, apelidados de "ficha-suja", conseguiu se reeleger no pleito do último domingo (5) nas capitais brasileiras. Eles são réus, sem condenação definitiva.

"Ficha suja" influenciou
na hora de votar?

* Conte

De acordo com levantamento da ONG Transparência Brasil, 75 vereadores que buscavam reeleição em 19 capitais têm ocorrência na Justiça comum, decisão desfavorável na Justiça Eleitoral ou sanção em Tribunal de Contas. Desse grupo, 37 (ou 49%) conseguiram retornar às Câmaras Municipais das quais já faziam parte.

* UOL

Câmaras Municipais eleitas em 2008

* Confira no infográfico



Em Belo Horizonte, Fortaleza, Palmas, Cuiabá e Boa Vista, todos os vereadores com ocorrência foram reconduzidos ao cargo. Já em outras cinco capitais -João Pessoa, Porto Alegre, Curitiba, Porto Velho e Recife- os vereadores com ocorrências não foram reeleitos.

Em seu levantamento sobre ocorrências na Justiça, o projeto Excelências, da Transparência, não inclui litígios de natureza privada (como disputas por pensão alimentícia), nem queixas relacionadas a crimes contra a honra. Isso porque políticos são freqüentemente alvo desse tipo de processo.

Cinco capitais têm eleitos na "lista suja" da AMB

* Candidatos foram eleitos ou disputarão o segundo turno; confira a lista completa

Ainda segundo a ONG, processos que ainda correm em primeira instância só são incluídos quando há recurso em segunda instância e somente são adicionados quando movidos pelo Ministério Público.

No caso de contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral, o fato só é registrado se o político não ingressou com uma ação de anulação da decisão, mesmo que tenha corrigido o problema (no caso de erros meramente formais, por exemplo).

Confira o quadro das capitais:

Belo Horizonte - 3 reeleitos -100%

Fortaleza - 1 reeleito - 100%

Palmas - 1 reeleito - 100%

Cuiabá - 1 reeleito - 100%

Boa Vista - 2 reeleitos -100%

São Paulo - 9 reeleitos de 12 candidatos - 75%

Belém - 5 reeleitos de 8 candidatos - 63%

Rio de Janeiro - 3 reeleitos de 5 candidatos - 60%

Manaus - 4 reeleitos de 8 candidatos - 50%

Teresina - 1 reeleito de 2 candidatos - 50%

Natal -1 reeleito de 2 candidatos - 50%

Goiânia - 4 reeleitos de 9 candidatos - 44%

Salvador - 2 reeleitos de 6 candidatos - 33%

João Pessoa - nenhum reeleito de 4 candidatos

Porto Alegre - nenhum reeleito de 4 candidatos

Curitiba - nenhum reeleito de 3 candidatos

Porto Velho - nenhum reeleito de 3 candidatos

Recife - nenhum reeleito de 1 candidato

Total - 37 reeleitos de 75 candidatos - 49,3%

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Papai nao gosta de policia.

Sâo quinze para as seis da tarde em Limoges. Um fim de tarde que anuncia forte chuva com nebulosidade e vento, muito vento.
Os trovôes roncam como nenhum estômago titânico é capaz de roncar e a policia militar francesa toma conta de minha rua.

Os criadore de cordeiro estâo prestes a sair às ruas em protesto. Temos noticias superficiais e os motivos da rebelia nâo sabemos, nem pelo radio.

Enquanto escrevo a parca possibilidade de acentuar as palavras de minha lingua portuguesa me cnsomem. Porém, sei que logo estarei atenta a escrita local e este défict gramatical me serà recreditado, com juros.

A policia nâo se move, a nâo ser uns poucos passos para esticar as pernas. Acendem um cigarro, falam com os colegas.

Estou na janela de meu escritorio com a câmera ao lado.

Papai nâo gosta de policia e recomenda que eu nâo os fotografe. Jah fotografei alguns às escondidas e aguardo ansiosa pelos berros dos cordeiros.

Mas as ruas sâo ocupadas por estudantes, carros e idosos. Nada de grunido animal, a nâo ser o que a policia sussura de um para outro e de minha janela nâo posso ouvir suas confabulaçôes.

Desço, vou a um bistrô para melhor ver o movimento. Sou intimidada por olhares policiais que nunca me foram bem-vindos, principalmente os gulosos que desrespeitam sua farda, sua patria e sua CIDADÂS.

É uma educaçâo telepatica a que tenho meu pai. Ou por um tipo de osmose à distância que desde a puberdade, quando descobri as coisas boas e clandestinas da vida e aprendi a correr da policia, parece-me ter sido ensinada por meu pai ausente e que hoje, se faz presente inclusive nas horas clandestinas de Ser.

Estamos esperando, eu no computador, ele com o ouvido no radio, as novas deste protesto misterioso que eu acredito que nâo vai ocorrer, pela hora, pois jah é tarde, e pela chuva que principia. Mas estamos eu e ele na torcida em ver a performance patetica e tragicômica das forças armadas. Acreditem, soh mudam de endereço.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Estamos eu, Pierric e meu pai à beira da lareira que queima restos de 40 anos de 6 vidas. Todas destribuidas pelo mundo. Esta casa que mantém a arquitetura original por quaqe 300 anos, se pararmos na filosophia, guarda muito mais que a història de 6 jovens de 68. Mas ai, este diàlogo entre eu, escritora e vo^ce, leitor, ou leitora, jamais findaria.

Pego as Obras Completas de Joâo Cabral, discuto, em francês (ora vejam, que ousadia! Somente eu com a minha!) sobre e a respeito de porsia com meu pai (Dr. em Letras!) e Pierric, seu amigo de infância.

Ele pôem fim à discursâo dizendo: Quando eu tinha a sua idade, era igual a você. Hoje nâo gosto mais de poesia, é pura técnica.

Igual a mim! Ninguém é igual a mim, nem a ninguém é igual a ninguém mesmo! Como eu nâo sou igual a mim! Ao quepenso  ser de mim mesma!

Enfim, travamos argumentos o bastante para que o cheiro da erva do jardim trouxese o sono que eu precisava.  Àquele produto orgânico saùdo como a flor de lavanda que brota nas calçadas de todas as ruas que passeamos.

O vinho estava lah, pela metade na sua garrafa de 2003. A lavanda continuava na rua. Eu estava na poesia que meu pai nâo quer ouvir!

Por fim, em cima na soleira da porta, a inscriçâo: " la parole divise, le silence réunit".
Entâo, faço-me meio criança quando pergunto ao meu pai: Pai, porque você se divorciou de Lisete? Sua primeira esposa.

-Porque nâo podiamos e queriamos ter filhos!

Assim, pratico, facil e econômico! E continuou:

Um ano depois do divorcio Lisete deu à luz ao primeiro filho. E rindo complera, E 4 amigos nossos esperando na outra sala para ver a cara da criança para, entâo, reconhecer a paternidade. Na nossa época era assim, nâo existia AIDS, e a liberdade do amor facilitava as mulheres independentes. Hoje, os jovens sofrem com a AIDS, porque como dizia aquele menino lah do Brasil que morreu, o tesâo é risco de vida.

E assim, silenciamos a nossa ultima noite em Mountmourat.

ATENçÂO FAMILIA! este teclado nâo permite acentuar corretamente, perdoem-me!


domingo, 17 de agosto de 2008

Mounmorat


Amanhâ partiremos para o sul, de carro e talvez anda com livro de mapas à mâo.

Na ùltima vez em que descemos foi para tirar o mato que tomava todo o quintal e tirar grande parte do pò de uma casa em que hà 5 anos ninguém visitara.

Esta casa foi construida em 1736 e comprada em 1968 por 6 estudantes parisiense. Dentre eles, meu pai.

No quarto que me foi delegado a faxina encontrei livros proibidos, originais de Victor Hugo, Sartre, e muitos outros da moda da época como yoga e folosofia chinesa.

Enquanto eu limpava a pano seco livro por livro pensava em como eu gostaria logo de poder dedicar-me a leitura dos originais franceses. Questâo de tempo.

Là em baixo, da janela do quarto eu via meu pai e seus amigos sessentôes tacavam fogo na madeira ainda verde, recém cortada, que subia numa fumaça volumosa! Fechei a janela do quarto para evitar a defumaçâo da casa toda!

Foi quanto, novamente, aquele impeto que mais parece um ponto invisivel rondando seu corpo e sua cabeça, este indefinivel que talvez, os catòlicos abençoados chamam de Espirito Santo, guiou-me para o quarto ao lado, onde também havia milhoês de livros nas estantes improvisadas com troncos e tacos de madeira. E caixas, muitas caixas.

Deus, que fàbula se torna a vida quando essas coisas acontecem. Puxei uma cadeira, subi e puxei do ponto mais alto da prateleira uma caixa goya; velha e empuerada com a certeza: Vou encontrar coisas interessantes aqui!

Ao abrir fui tirando fotos antigs e quando vejo dentre tudo, uma foto de minha mâe na sala de parto, segurando minha irmâ apòs 3 segundos de seu nascimento. Junto vinha uma carta escrita por meu pai datada do dia 4 de março de 1980, contado os detalhes mais incriveis que se pode contar de um trabalho de parto.

Feliz, corri e mostrei a todas as pessoas da casa. Papai voltou ao quarto comigo para fazer outras buscas, mas nâo encontramos nada a mais.

Desde este dia, a principio eu nâo havia notado. Ao final da tarde meu pai entrou no meu quarto, o quarto que eu limpara livro por livro e feito minha cama, o quarto que eu passaria os 5 dias estava perfumado. Papai perguntou, Você acendeu insenço? Nâo, responi. Foi quando percebi um forte cheiro de perfume. Desci para a fogueira para certificar se havia alguma madeira perfumada queimando, nâo, nâo havia. Subi e rodei os 4 quartos, a cozinha, e nada, tudo cheirava a mofo e madeira umida.

Apenas entrando o meu quarto podia-se sentir o cheiro de perfume. Pensei, Minha avò.

sábado, 16 de agosto de 2008

Pouco a pouco as estreitas ruas limogeanas vâo tomando ares de cidade. Aquele ar de cidade fantasma vai a perder-se lentamente com a chegada do frio de meados de agosto.

Pessoas passam esbarrando sacolas de compras, os pâes embaixo do braço, os jornais, as cadeiras nas calçadas dos cafés.

Sozinha, o sorriso vem à toa. À toa para os que dormiram ontem. "Inferninhos" existem em todo lugar deste mundo e aqui, em Limoges, nâo seria diferente.

Tequila! Grita aquela voz aguda e loira do meu lado. Seu namorado segue com uma cerveja. Eu observo pelo meu copo com àgua.
Musica boa, bom rock'n roll, e aquela simpàtica menina que me lembra Brigitte Bardot me sorri como quem jà vinha a perguntar: De quel région vous et.

Retribuindo o sorriso respondo: Je venir du Brésil, je suis brésilienne.

E novamente um grito, Tequila!

Na volta pra casa a bruma cobria toda a cidade. Maravilhada, quebrando o queixo de frio, deixo meus primeiros colegas educados e gentis e volto, pela Limoges fria, para o terno dos meus lençòis.